terça-feira, 20 de dezembro de 2011

1978

Brasília, setembro de 1978.

Companheiro,

Novamente, sou candidato à reeleição à Câmara dos Deputados. Vou continuar a obra que comecei, ainda em nossa gloriosa Polícia Militar, quando, como Chefe de Gabinete do Cel. José Vargas, me bati pela criação das Escolas Caio Martins, do Colégio Tiradentes e pela Reforma do Ensino em nossa Corporação, com reais benefícios, logo sentidos, para a sociedade e para a própria Milícia. Obra que se prolongou, na atividade pública, tanto na Assembléia Legislativa como na Câmara dos Deputados, quando me dediquei à defesa de “Três Marias”, ameaçada de paralização, na época, ou quando colaborei na feitura e aprovação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação e inclui, pelo Decreto 1.207, transformando na Lei 6.128, cerca de 22 mil quilômetros quadrados do noroeste mineiro, na área do Polígono das Secas. Ou, ainda, quando, em ambas as Casas Legislativas, votei-me a esforço sempre com sucesso pela instalação de serviços de água e esgotos, de agencias bancárias e pela eletrificação, em muitas das nossas comunidades do interior.
Na última legislatura, pude participar da CPI do Menor, da Câmara dos Deputados, o que me deu oportunidade de aprofundar os estudos sobre a questão da criança carente. Do esforço, resultou a redação do RELATÓRIO DA REALIDADE BRASILEIRA DO MENOR, que alertou o Sr. Presidente da República para a gravidade desta questão e lhe indicou a melhor solução para o problema.
Mostrou a investigação feita na oportunidade que o drama da criança necessitada tem, entre nós, dimensões de verdadeira calamidade. São 25 milhões de meninos e meninas, de brasileirinhos, que sofrem toda a escala de privações, desde o abandono puro e simples até a falta de alimentação suficiente, de saúde melhor, de escolas e mesmo de carinho. Por isto, proponho-me, se reeleito, bater-me pela instalação do SISTEMA NACIONAL DO MENOR. Sem abrir mão, evidentemente, dos esforços pelo nosso progresso, em todos os setores do interesse social.
Por tudo o que acabe de dizer é que receberia, com especial agrado, o apoio que você me desse sufragando o meu número – 241 – no próximo pleito. Seria, para mim, o voto de um irmão de ideal – o ideal de servir que aprendemos a cultivar nas fileiras de nossa nobre Corporação, toda ela, sabidamente, devotada ao bem público.


Atenciosamente,
Manoel José de Almeida

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